Preços de imóveis comerciais desaceleram em maio, mas aluguel ainda supera inflação

Mercado de salas comerciais de até 200 metros quadrados ainda não reflete aperto monetário iniciado em setembro de 2024

Em maio, os preços de venda de salas e conjuntos comerciais de até 200 metros quadrados subiram 0,18%, enquanto os valores de locação avançaram 0,62%, segundo levantamento do Índice FipeZAP. Mesmo positivas, as variações ficaram abaixo das observadas em abril, quando os aumentos haviam sido de 0,23% e 1,08%, respectivamente.

A economista do DataZAP, Paula Reis, explica que diferentemente do mercado de imóveis residenciais, o mercado de salas comerciais de até 200 metros quadrados ainda não mostrou sinais claros de que o aperto monetário iniciado em setembro de 2024 está surtindo efeitos. “Isso porque o Índice FipeZAP que desacelerou pela segunda vez foi o de locação, ao passo que o índice de venda apresentou um aumento discreto”, disse.

Segundo Paula, para se obter uma visão mais precisa do comportamento dos preços dos imóveis comerciais, livres de sazonalidades, é preciso olhar para as variações acumuladas em 12 meses. “Entre abril e maio de um ano para outro, a variação do preço de locação recuou de 7,83% para 7,30% e a variação do preço de venda passou de 1,34% para 1,42%. O efeito esperado da política monetária contracionista seria o oposto, de desaceleração no mercado de vendas e aquecimento no mercado de locação”, afirmou.

Para a economista, outros indicadores de mercado também são fatores importantes, como a melhora dos índices de trabalho e de comércio, que estão relacionados ao desempenho do mercado imobiliário comercial. “E eles continuam melhorando.”

Comparativamente, o desempenho do aluguel de imóveis comerciais segue robusto e a alta acumulada de 7,30% em 12 meses fica acima da inflação oficial medida pelo IPCA, com alta de 5,32% no período, e do IGP-M, a chamada inflação dos alugueis, que subiu 7,02%.

Destaques regionais

Entre as cidades monitoradas pelo indicador, Curitiba se destacou com a maior valorização no preço de venda no acumulado de 12 meses, com alta de 12,55%. Já a cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, liderou a alta no valor de locação, com salto de 19,18%.

Veja as cidades com maiores altas:

  • Venda (12 meses): Curitiba (+12,55%), Niterói (+4,58%) e Florianópolis (+4,15%)
  • Aluguel (12 meses): Niterói (+19,18%), Curitiba (+14,83%) e Campinas (+10,88%)

São Paulo continua em alta

Em maio, o preço médio de venda dos imóveis comerciais ficou em R$ 8.533 por metro quadrado, com destaque para São Paulo, onde o valor atinge R$ 10.290 por metro quadrado. No aluguel, o valor médio foi de R$ 47,30 o metro quadrado, também liderado por São Paulo com o valor de R$ 56,43 por metro.

Rentabilidade

Para os investidores, imóveis comerciais ainda são atraentes. O retorno médio do aluguel comercial foi de 6,87% ao ano, superior à média da locação residencial, de 5,93% ao ano. Salvador desponta como a cidade mais atrativa para investidores, com rentabilidade anual de 10,05% no segmento comercial.

Apesar da rentabilidade positiva, a renda com aluguel comercial ainda permanece abaixo dos retornos esperados em aplicações financeiras tradicionais, o que pode influenciar o apetite dos investidores, segundo levantamento da FipeZap.

Veja as melhores cidades para retorno com aluguel comercial:

  • Salvador: 10,05% a.a.
  • Campinas: 8,34% a.a.
  • Brasília: 7,05% a.a.
  • São Paulo: 6,86% a.a.
  • Niterói: 6,59% a.a.

Minha Casa Minha Vida

Novas regras do Minha Casa, Minha Vida são aprovadas pelo Conselho do Curador do FGTS

Brasília (DF) – O novo pacote habitacional apresentado pelo Governo Federal ao Conselho Curador do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) foi aprovado nesta terça-feira (15). Um dos destaques é a criação do “Minha Casa, Minha Vida – Classe Média”, voltado para famílias com renda mensal de até R$ 12 mil.  

Segundo o secretário executivo do Ministério das Cidades, Hailton Madureira, o objetivo é fazer com que mais pessoas tenham acesso à casa própria. “Corrigimos os limites de renda, criamos o Minha Casa, Minha Vida – Classe Média e seguimos com o nosso compromisso de mostrar que este é um programa para todos”, afirma. 

A nova linha de financiamento prevê condições facilitadas de crédito, como prazos de pagamento de até 420 meses e juros nominais de 10% ao ano, taxas abaixo das praticadas pelo mercado. A proposta permitirá a aquisição de imóveis de até R$ 500 mil, com expectativa de beneficiar cerca de 120 mil famílias. 
 
“Nós reafirmamos o papel central da política habitacional do país, promovendo inclusão e acesso à moradia digna para milhões de brasileiros. Além da classe média, essa medida vai beneficiar as famílias de menor renda”, acrescenta o secretário Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, Augusto Rabelo. 

Os limites para as Faixas 1 e 2 do FGTS serão reajustados, pensando em favorecer o maior número de beneficiados possível. A Faixa 1 passará a atender famílias com renda até R$ 2.850, e a Faixa 2, até R$ 4,7 mil. 

O pacote, coordenado pelo Ministério das Cidades, também propõe a ampliação da Faixa 3 do Minha Casa, Minha Vida, elevando o teto de renda de R$ 8 mil para R$ 8,6 mil mensais e permitindo a aquisição de imóveis de até R$ 350 mil, com juros entre 7,66% e 8,16% ao ano. A medida deve incluir, pelo menos, 15 mil novas famílias na faixa de renda ainda em 2025. 

Mais de 100 mil famílias devem ser beneficiadas com a redução nas taxas de juros – até 1,16 ponto percentual – e 20 mil delas passarão a acessar os subsídios do FGTS. O Ministério das Cidades também propõe a elevação dos tetos de valor dos imóveis financiáveis em municípios com menos de 100 mil habitantes. O objetivo é estimular a oferta habitacional nessas regiões.  

O plano prevê a mobilização de R$ 15 bilhões do FGTS, que deverão ser aplicados em conjunto com outros R$ 15 bilhões captados por instituições financeiras habilitadas. Ao todo, o público da nova faixa, com foco na classe média, poderá contar com R$ 30 bilhões em recursos para financiamento habitacional. A expectativa é que as medidas devem ser implementadas até maio.  

https://www.gov.br/cidades/pt-br/assuntos/noticias-1/noticia-mcid-n-1107